Paraibano morador de rua dado como morto reencontra família após 20 anos.

Após quase 20 anos desaparecido e dado como morto pela família, um morador de rua em Santa Branca, no interior de São Paulo, reencontrou sua irmã nesta segunda-feira (6) e voltará para sua casa na Paraíba. O encontro aconteceu depois de uma mobilização de moradores do município e assistentes sociais e a volta para casa acontece nesta terça-feira (7) na companhia da irmã.

Reginaldo Duarte tem 46 anos e mora de maneira improvisada em um bambuzal no Jardim São José em Santa Branca, município com cerca de 13 mil habitantes. Apesar de viver em condições precárias, foi no local que ele teve a chance de recomeçar a vida. Com problemas mentais, ele recebeu o apoio da comunidade e de assistentes da cidade com alimentação, atendimento médico e apoio social.

“O bairro inteiro adotou ele. Levantamos toda a documentação necessária e procuramos a assistente social. Ele vivia em uma condição muito precária aqui”, diz o funcionário público Antônio José Alves Santos, de 31 anos.

O esforço coletivo resultou no encontro entre Reginaldo e a irmã mais velha, Pedrina Pereira da Silva, de 54 anos. Dona de casa, ela foi localizada no município de Bayeux (PB), após um trabalho conjunto entre assistentes sociais de Santa Branca e da Paraíba.

“Entramos em contato com a assistência social de lá e eles foram muito solícitos. Foi um trabalho muito bonito com a comunidade. Os moradores davam banho e cuidavam dele, se não fossem eles, isso não seria possível”, afirmou a assistente social Maiena Katleen Schelze.

Reencontro - O encontro entre Reginaldo com a irmã aconteceu depois que o Fundo Social e vizinhos custearam a viagem de Pedrina para Santa Branca. Segundo ela, a esperança de reencontrá-lo era pequena. “Ele vivia com meu cunhado, que teve problemas financeiros e acabou vindo para São Paulo, aí perdemos totalmente o contato. Já tinha perdido a fé, tinha ele por morto”, conta.

Pedrina afirma que ficou surpresa e nervosa quando recebeu a notícia de que o irmão estava vivo. Agora, planeja levá-lo para morar com ela e seu filho no nordeste do país. “Foi muito emocionante encontrar ele. Ele era muito novinho quando vi pela última vez e [no reencontro] disse que acabou a tristeza dele”.

Para Antônio, Reginaldo terá a oportunidade de recomeçar a vida, mas deixará saudade na vizinhança, que organizou uma festa de despedida nesta segunda-feira.“Fizemos um livro com uma dedicatória para ele e passou um filme pela minha cabeça. Ele virou uma pessoa da família, virou um irmão. Está voltando um novo homem e terá uma condição digna agora”, disse.


G1/PB

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