Um travesti paraibano de 19 anos deverá ser trazido de volta da
Europa nos próximos dias após ser mais uma vítima do tráfico
internacional de pessoas. A informação foi repassada nesta quarta-feira (30) pelo promotor Marinho Mendes, que combate esse
tipo de crime na Paraíba, há 12 anos, no Dia Internacional de Combate
ao Tráfico Internacional de Pessoas.
As investigações sobre a permanência do homossexual, natural da cidade
de Araçagi a 109 km de João Pessoa, começaram em 2013 quando familiares
dele procuraram o promotor para denunciar a situação irregular do jovem
na cidade de Perugia, na Itália.
“O travesti foi para Perugia
quando tinha 16 anos e teve toda documentação falsificada. Na Itália ele
foi obrigado a integrar o ramo da prostituição e tráfico de drogas. Ele
entrou em contato com a família pedindo ajuda e contactamos a Polícia
Federal e consulado do Brasil na Itália. O jovem deve voltar para à
Paraíba nos próximos dias depois dos trâmites legais”, confirmou o
promotor.
Para o promotor, a vulnerabilidade social e
econômica, é o ponto em comum entre as vítimas. A presença de conflitos
familiares ou pela violência sofrida na família de origem também seria
um dos motivos da exploração sexual e o trabalho escravo fora do Brasil.
Ainda de acordo com o promotor, o aliciamento ocorre através de falsas
promessas aos jovens, que são seduzidos pela expectativa de obter
vultosos lucros, quando na verdade, durante o período em que permanecem
na Itália são vítimas de exploração, de agressões físicas e de ameaças.
Levantamento
feito por Mendes constatou que Araçagi exportou nos últimos anos cerca
de 40 jovens para Europa e o estado brasileiro do Paraná, engrossando às
estatísticas das vítimas do mercado negro do tráfico de pessoas. Três
aliciadores já foram presos, inclusive o travesti Isnard Alves –
considerado o principal aliciador de gays da Paraíba- e que está preso em
Roma, e outras três foram indiciadas pelo tráfico humano.
Investigação do MPF
Em
2010, o Ministério Público Federal na Paraíba (MPF/PB) denunciou seis
envolvidos em tráfico internacional de pessoas no estado. Entre os
denunciados está o travesti Isnard Alves Cabral. Segundo o MPF, a
organização criminosa era liderada por Isnard. Ele fixou residência em
Roma, na Itália, e teve consideráveis ganhos financeiros com o exercício
da prostituição naquele país. Após estabelecido economicamente em Roma,
Isnard iniciou o aliciamento de jovens travestis paraibanos para o
exercício da prostituição em território italiano.
Fonte: Portal Correio
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