Redes sociais são ambiente mais acirrado do debate eleitoral.

Sem o controle legal rigoroso e especificidade das normas da propaganda eleitoral, as novas mídias despontam como  ferramentas de divulgação de ações  e prometem esquentar o debate político – e a batalha por cargos eletivos - em todo país.  Especialistas são unânimes: o marketing político digital se  consolidará nas eleições de 2014. 
 Atentos a força das mídias sociais - facilmente medida pelo número de pessoas com acesso a internet:  83 milhões em todo país, segundo dados do IBGE, bem como pela repercussão assombrosa verificada nas manifestações populares que ganharam as ruas ano passado - candidatos, partidos e coligações investem na formação de equipes e estratégias eleitorais.

“Não há dúvidas de que as mídias terão um papel importante no pleito deste ano e será um grande desafio para a Justiça eleitoral a fiscalização da propaganda eleitoral nesses meios”, analisa o juiz federal Marco Bruno Miranda Clementino, responsável pela propaganda eleitoral no RN.



O magistrado é enfático: a internet e as redes são ainda “ambientes de livre expressão” e há poucos mecanismos para regular o que será divulgado.

O publicitário Alexandre Macedo analisa que o fenômeno observado a partir da campanha de 2010, à presidência da República, e que ganhou corpo nas eleições municipais de 2012, dará um salto em 2014. “Não há como negar a força das redes e o candidato que a ignorar incorrerá em erro. É obrigatório na estrutra de campanha atualmente”, avalia.

Contudo, Macedo acredita que não será nesse âmbito virtual que a imagem do candidato deve ser construída e considera a televisão ainda a ferramenta mais viável, pelo nível de audiência, para alcançar o público – e os objetivos de campanha.

As ferramentas terão a função de divulgação e mobilização. “São mecanismos importantes para defender pontos de vistas, mostrar metas e projetos, mas com uma linguagem mais intimista característica nas redes de relacionamento”, afirma.
 A velocidade com que as informações se propagam e facilidade de serem replicadas por diversos tipos de rede acende o sinal de alerta: é preciso ter cuidado com os “ataques” que poderão surgir dos fronts adversários ou mesmo criado no próprio território. “Dependendo do meio e como empregada, a informação poderá desconstruir a imagem do candidato”, avalia.

O jornalista e publicitário João Maria Medeiros concorda que as novas plataformas terão um papel preponderante na captação de eleitores e recursos para a campanha. “Na busca por novos simpatizantes nesse universo de internautas, o uso das redes sociais permite uma maior interação, chegar ao eleitor”, afirma. Medeiros também acredita que o marketing político digital não superará o poder já comprovado pela propaganda na televisão e alerta para a necessidade de linguagem específica e também de cautela para evitar o uso abusivo das ferramentas e, ao contrário do pretendido, acabar por afastar o eleitor. “Será usada de forma maciça por todos os que estão na disputa, mas de forma inteligente e com parcimônia”, afirma.
 
Fonte:noticiadaserra

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