O filho de
um vereador do município de Paulista no Sertão da Paraíba, João Bosco
de Sousa Junior, conhecido por Juninho, também está sendo procurado pela
polícia suspeito de ter participado do assalto aos Correios na cidade
de Patu, no Oeste potiguar. A informação foi confirmada ao G1 pelo delegado Sandro Régis.
O assalto aconteceu na manhã da última quinta-feira (24) e terminou com o gerente da agência morto e um soldado da PM ferido. O filho do vereador, chegou a ser detido e levado para a delegacia da cidade, mas foi liberado.
“Naquele momento não tínhamos nada que provasse o envolvimento dele, então tivemos que soltá-lo. Agora a situação é diferente. Descobrimos que foi ele quem deu apoio aos três homens que tiveram participação direta no crime. Ele não suja as mãos porque fica nos bastidores, como responsável pela logística da quadrilha. E foi ele também quem tentou resgatar os três comparsas quando os mesmos fugiram para um sítio. Por isso ele é procurado e deve ser preso e indiciado”, explicou o delegado.
Fotos divulgadas
No início da tarde deste domingo (27), o capitão Inácio Brilhante repassou ao G1 fotos dos dois suspeitos que escaparam da troca de tiros com a polícia na zona rural de Patu. Eles foram identificados como Galeguinho e Antônio Neto. Os dois também são paraibanos. “O primeiro é natural da cidade de Paulista e outro é de Bom Sucesso”, confirmou o delegado.
O terceiro suspeito que estava na mata trocou tiros com a polícia e morreu. Trata-se de Samarone Pereira de Carvalho, de 38 anos, foragido de Mossoró. Com ele foram encontrados uma mochila com alimentos, uma pistola calibre ponto 40, munições e rádios comunicadores que estaria sintonizados na mesma frequência utilizada pela polícia. Os outros dois homens conseguiram escapar do cerco.
Buscas O capitão Brilhante disse que as buscas pelos criminosos continuam. “Estamos percorrendo as estradas da região com o apoio das polícias doCeará e Paraíba. Não vamos sossegar enquanto não encontrarmos estes criminosos. Eles mataram o gerente e feriram um policial. Precisam ser presos”, ressaltou.
PF no caso
“Todas as informações que temos até agora, inclusive as fotos dos suspeitos, estão sendo compartilhadas com a Polícia Federal. A PF está no caso porque o roubo aconteceu à uma agência dos Correios, que é uma instituição federal”, explicou o capitão.
O assalto
O assalto à agência dos Correios em Patu aconteceu
por volta das 8h da quinta-feira (24). De acordo com a Polícia Militar,
os criminosos teriam abordado o gerente quando ele saía de casa a pé,
no Centro da cidade, em direção ao trabalho. Eles teriam obrigado Arni a
entrar em um carro e o levaram para a agência.
Quando deixavam os Correios, junto com o gerente feito refém, os assaltantes se depararam com uma guarnição policial que passava pelo local e houve troca de tiros. Segundo o delegado Sandro Régis, os criminosos não levaram nada da agência.
Arni Praxedes e o soldado da PM O. Filho foram baleados e socorridos, mas o gerente não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró.
O policial, segundo a própria PM, levou um tiro de raspão e passa bem.
Câmeras do circuito interno gravaram toda a
ação dos criminosos que tentaram assaltar a agência dos Correios. Pelas
imagens, é possível ver dois assaltantes, um deles armado, rendendo o
gerente Arni Praxedes. O delegado Sandro Régis disse que os criminosos
são os dois homens que aparecem usando bermuda.
“O gerente está de calça jeans e camisa ensacada”, acrescentou.
Além
destes dois, a polícia acredita que outros dois criminosos ficaram do
lado de fora da agência. Na saída do prédio, houve troca de tiros com a
polícia. O G1 teve acesso às imagens por meio da
Polícia Civil. Ainda de acordo com o delegado, os assaltantes que
aparecem na gravação são os mesmos que estão cercados e trocaram tiros
com a polícia na manhã desta sexta.
Luto e enterro Mais de 2 mil pessoas – entre elas familiares, amigos e colegas de trabalho, se reuniram na manhã deste sábado (26) para o último adeus a Arni Praxedes de Melo, de 51 anos – gerente dos Correios na cidade de Patu.
“Era um homem bom que só estava fazendo o seu trabalho”, disse Talison Layala Praxedes de Lima, de 26 anos, filho mais velho de Arni. Em entrevista ao G1 no dia do crime, Talison disse que a família vive um momento de muita dor. “Estamos encarando da pior maneira possível. Foi algo inesperado”, acrescentou.
Por causa da morte de Arni, a Prefeitura de Patu decretou luto oficial de três dias. Segundo a prefeita Evilásia Gildênia de Oliveira, o gerente era uma pessoa ilustre do município e “sua obra, o seu legado e seu exemplo de vida devem servir de estímulo para os patuenses”.
Portal do Litoral PB
Com G1
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