Felicitações, Cuité!

Por Flauberto Fonseca

Neste Sábado, 25 de janeiro,  aniversário da capital do Curimataú paraibano, lugar de povo hospitaleiro, atencioso, acolhedor, generoso e com sua perseverante capacidade de fazer sempre o melhor, tendo o seu árduo suor como comprovante que movimenta a economia da cidade. Assim, nada mais justo que comemorar e cantar os parabéns para esse povo que habita  nosso município, sem nunca, e em tempo nenhum, esquecer até de forma saudosista o quanto a cidade se transformou no transcorrer de toda a sua historia.  Eu, em particular momento de pura divagação, adentro no tempo e busco entender porque através dos tempos os logradouros públicos da cidade tiveram subtraídos os seus nomes os quais, por muito tempo, foram usados por todos os nativos de forma plena e, como isso, parte da identidade histórica da cidade foi empalmada e nos deu, em um determinado tempo, a plena sensação de desaguamento de parte de nossas memórias.
Para ilustrar, chego a algumas vertentes no que tange ao sumiço de nomes de ruas que outrora eram importantes  para todos e que foram tragados pelo tempo: do Louro; da Cruz; da Palha; da Lagoa; da Areia; do Eucalipto; Central; 04 de Outubro; Bela Vista; da Aliança; do Olho D'água; do Cajueiro; do Tauá; Beco do Feijão e Beco da Troca.
Alguns nomes foram sublimados em prol de homenagens políticas, inclusive estranhos à própria história da cidade, outros, também,  foram extirpados em nome da expansão urbana. E muitas outras deixaram de permanecerem com os seus nomes originais em razão do pseudo  progresso.
Há conservação dos nomes originais  que foram implementados de forma espontânea  pelos próprios moradores. É, no meu entender, uma forma de estabelecer um elo com o passado que para muitos representa uma substancial referência com a sua história, pois muitos ainda residem no mesmo local e mantêm o uso do nome original em seu dia a dia. Exemplo disso é a Rua da Aliança onde os residentes do bairro com mesmo nome, mantêm vivo entre eles o uso da antiga nomenclatura. É interessante observar a titulação da chamada Rua da Aliança a qual foi alterada lá nos idos dos anos sessenta ou setenta, passando a ter uma nova chancela, cujo homenageado "Assis Chateaubriand" que nunca  andou ou visitou a cidade. Outra situação bem peculiar é o nome do bairro que era de "Aliança", sendo que o mesmo já esteve oficialmente registrado como "31 de Março". Outra anomalia no que diz respeito às escolhas foi concedida em favor da data alusiva ao inicio da revolução, uma infeliz predileção, pois o dito evento só deixou seqüelas para a nação, porém, ocorreu uma mudança através da lucidez de alguns e hoje faz uma das mais justas homenagens a um filho da cidade e idealizador da comunidade, que tem seu nome gravado no rol dos que muito fizeram pelo município.
Apesar do meu particular sentimento de perda, sinto imensurável orgulho de nossa cidade, de suas belezas, histórias inigualáveis e sem sombras de dúvida de sua localização geográfica anteposta na região.
Vejo hoje a nossa querida Cuité em pleno processo de desenvolvimento e rogo que seja de forma continuada. Sei que não sou o único a me orgulhar de ser seu filho, por isso, divido essa alegria com todos os filhos  que se sentem da mesma forma. Sou sabedor que os cuiteenses, nascidos nessa terra assim como eu ou aqueles que a adotaram como sua cidade, zelam por ela e a defendem daqueles que apesar de serem nativos e terem as suas raízes fincadas nela, atuam como verdadeiros pelotiqueiros e sem nenhum constrangimento quando o poder central do município é seu principal escopo.
É preciso manter o seu atual curso administrativo e também é imprescindível ratificarmos no futuro próximo tal disposição, sob pena de cairmos no atraso e na esparrela do revanchismo e no arcaísmo de alguns.
E por fim, digo: felicitações Cuité pelos seus 83 anos de Emancipação política administrativa, pois celebrar é preciso!

Flauberto Wagner de Farias Fonseca

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